terça-feira, 10 de agosto de 2010

Como um príncipe deve agir diante de outros governantes e do seu próprio povo? É melhor ser amado ou temido? Crítico ou plausível? Em "O Príncipe", obra relançada nesta semana com nova tradução pelo selo Penguin-Companhia, o escritor e pensador italiano Nicolau Maquiavel (1469-1527) defende que é bem mais seguro ser temido que amado, porque, de um modo geral, os homens são ingratos, volúveis, fingidos e dissimulados.

"Assim, enquanto o príncipe agir com benevolência, eles se doarão inteiros, lhe oferecerão o próprio sangue, os bens, a vida e os filhos, mas só nos períodos de bonança, como se disse mais acima; entretanto, quando surgirem as dificuldades, eles passarão à revolta, e o príncipe que confiar inteiramente na palavra deles se arruinará ao ver-se despreparado para os reveses", explica.

Considerada uma obra clássica da filosofia moderna e fundadora da ciência política, não dita apenas o jogo político, é também um estudo sobre as virtudes e os vícios ligados ao comportamento dos governantes.

Tanto que Maquiavel chegou a ser preso em 1513, acusado de conspiração. Perdoado pelo papa Leão 10º, o pensador se exilou e passou a escrever suas obras. Em 2013, o livro completará 500 anos.

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