02/06/2008 - 16h59
Era para ser só mais uma brincadeira na final da manhã de domingo. Mas terminou em tragédia para um grupo de cinco amigos de Goiânia. Os meninos tinham entre 6 e 12 anos e moravam na Vila São José, um bairro da periferia da capital, e morreram afogados enquanto tentavam se refrescar no córrego Cascavel, um pequeno riacho que corta o bairro. Todos foram enterrados na tarde de hoje sob clima de comoção de vizinhos e familiares.
A tragédia atingiu diretamente três famílias. Thiago Gonçalves Pereira Rosa, 8, e Douglas Gonçalves Pereira Rosa, 10, eram irmãos. Também eram irmãos Matheus Araújo Aguiar, 8, e Lucas Araújo Aguiar, 6. A outra vítima da tragédia foi João Marcos de Souza Pacheco, 12. "Até agora parece que meu coração não quer acreditar no que aconteceu. É inexplicável", disse Marcos Antônio Pacheco, pai de João Marcos, que presenciou o resgate do filho, o último a ser retirado das águas poluídas do córrego.
O bairro parou para o velório, realizado no período da manhã. A escola onde as crianças estudavam também teve as aulas suspensas. "Não sei como vai ser amanhã, quando as aulas forem retomadas. Ficou no ar um sentimento de tristeza profunda e absoluta. Um vazio ficou naquela cadeira", afimou Odejanir Batista, professora de Thiago. Centenas de pessoas foram ao velório e ao enterro dos garotos.
O bairro parou para o velório, realizado no período da manhã. A escola onde as crianças estudavam também teve as aulas suspensas. "Não sei como vai ser amanhã, quando as aulas forem retomadas. Ficou no ar um sentimento de tristeza profunda e absoluta. Um vazio ficou naquela cadeira", afimou Odejanir Batista, professora de Thiago. Centenas de pessoas foram ao velório e ao enterro dos garotos.
Até a tarde de hoje, a polícia não havia encontrado testemunhas do caso. E a forma como tudo aconteceu é descrita apenas em hipótese. "A explicação que temos é que um dos menores se afogava e os outros quatro tentaram salvá-lo. É a única explicação", afirmou o tenente-coronel Martiniano Gondim, que coordenou as buscas.
Por ser um riacho de pequena vazão, as buscas foram fáceis e em poucos minutos todos os corpos foram resgatados. Além disso, a água estava clara, devido à estiagem em Goiânia.
O local onde os garotos se afogaram era utilizado com frequência por outras crianças. Inclusive as cinco vítimas. "Eles sempre brincavam por lá. O local é usado como lazer para os meninos do bairro", afirmou Paulo Henrique, 16, que era vizinho e conhecia as cinco vítimas.
Outro menor, que não quis se identificar disse que, poucas horas depois da tragédia, outras crianças brincavam no mesmo local. "Eu vi pelo menos três meninos. Da mesma idade dos que morreram", conta.
O poço formado após uma pequena cachoeira tem cerca de 10 metros de diâmetro. Mesmo localizado num trecho poluído do córrego, as águas são claras e em boa parte dele é possível enxergar a areia no fundo. Entretanto, em algumas partes, chega a ter mais de três metros de profundidade, principalmente na queda da cachoeira.
"As crianças costumas subir nas pedras e escorregar pela cachoeira. possivelmente foi isso que aconteceu e todos se afogaram", relata o comerciante Marcelo Torquato, vizinho das vítimas.
Apesar da aparente tranquilidade das águas, o córrego Cascavel foi palco de outra tragédia recente. Há cerca de seis meses, o adolescente Dimas Dias dos Santos, 15, foi arrastado pelas águas quando tentava atravessar o leito do riacho. Seu corpo só foi encontrado dois dias depois. O local do afogamento fica poucos metros acima da tragédia de domingo. "As crianças insistem em ir para esse local, mesmo sem o conhecimento ou desobedecendo a ordem dos pais", afirmou o tenente Gondim.
Ele afirmou ainda que a corporação em Goiânia já está mapeando os pontos de perigo de afogamento e que as informações serão repassadas à prefeitura para que tomem as medidas cabíveis. "Acreditamos que a solução seja a colocação de grades ou telas para impedir o acesso das crianças a esses locais", disse o bombeiro.
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