domingo, 26 de agosto de 2007

Remédio

Várias vezes - muitas vezes - saio da análise com dor. E, então preciso de remédio...

Ele está aí.

Venho caminhando ao lado do mar, no entorno da baía de Guanabara. Bem devagar. O mais que eu e minha ansiedade e feridas conseguimos. Respirando o ar. Absorvendo o sol. E vendo que ali, aquele espaço... é para mim. Que o que está dentro de mim e o que está do lado de fora... estão juntos. E é vida.

Venho sentindo tudo devagar. Sem alterar nada. Apenas deixando aquelas realidades, todas elas, todas, virem ao meu encontro; e encontrarem seu lugar... dentro de mim.





Um comentário:

Karin van der Broocke disse...

Como muitos, já fui atleta, e bailarina e lembro que muitas vezes precisava arrancar força de onde não tinha. Entorses, estiramentos eram extremamente doloridos, a gente chorava pela dor e pela frustração interior de ter se machucado e não poder participar como os outros, dos campeonatos ou apresentações. Nisso, sempre teve quem desistisse por medo ou pela incapacidade mesmo. Para os persistentes, o negócio era se recuperar, reestruturar músculos ou tendões. Era sofrido demais, e necessitava aplicar muita força de vontade porque o tesão pelas simbólicas medalhas eram o objetivo maior. Eram em verdade, realizações pessoais. Era saber e provar para nós mesmos que tínhamos capacidade de superar e vencer. Particularmente tive sérios acidentes, mas com esforço cheguei ao podium por vezes, e outras não. Vencer é uma sensação deslumbrante, fortifica e incentiva a subir outra vez.
Hoje sou atleta da vida. Meu processo como o teu é lento gradativo. Muitas vezes vou a uma sessão de terapia e saio em mil partes, mas também como você, encontro lá fora o céu e vejo a vida me esperando. Já levei anos, meses e dias para reestruturar. Consegui muitas, e as que não pude, estão devidamente arquivadas com um carimbo de “compreendi”.
No balanço geral, somos campeões pelo simples fato de estar posicionados na raia de partida.