segunda-feira, 22 de março de 2010

Este poema, Régis Bonvicino

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Este poema
não chama a atenção
é igual a milhares
- sequer por um momento

ilustra, apático, o passado
caça moscas
paga juros
não tem saco aéreo

víboras, ratos,
ladrões desprezam seu túmulo
uivam lobos de pelúcia
não tem futuro

é abelha cega com sua parelha de óculos
sua língua não é uma esponja
suas antenas farejam drummond
não enxerga no escuro

não cria inimigos
não morre depois do ataque
não tem farpas
tolera o mundo
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