(...) onde terei jogado fora meu gosto e capacidade de escolha, minhas idiossincrasias tão pessoais, tão minhas que no rosto se espelhavam, e cada gosto, cada olhar, cada vinco da roupa resumia uma estética? Hoje sou costurado, sou tecido, sou gravado de forma universal, saio da estamparia, não de casa, da vitrina me tiram, recolocam, objeto pulsante mas objeto que se oferece como signo de outros objetos estáticos, tarifados. Por me ostentar assim, tão orgulhoso de ser não eu, mas artigo industrial, peço que meu nome retifiquem. Já não me convém o título de homem. Meu nome novo é coisa. Eu sou coisa, coisamente.
terça-feira, 27 de maio de 2008
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