segunda-feira, 21 de junho de 2010

Quasi Dorian, Átila Guimarães

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Eu disse a você:

Preciso que toque dentro de mim,
Que entre dentro de mim e me toque
Preciso que acaricie algo dentro de mim e me cure

Preciso que toque um bolo de ódio, tristeza e dor que há dentro de mim,
uma bola de pus que há dentro de mim...

Não.
É mais consistente e mais sólido
É meu carnegão
O meu carnegão ontológico
O meu pus idiossincrático

Meu Quasímodo, meu Dorian...

E eu vi no seu rosto que você não podia.

Temia, tremia, não ousava
seus olhos
eu vi nos seus olhos
(na verdade sempre vi e vi o que queria
minha dor
na sua dor
ela é que via)

Não podia

E eu continuei com a minha dor

Mas tive um alívio
(que eu senti de imediato)

Vi que não era você
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