Hoje morreram duas pessoas.
Estava no dentista.
O celular - dele - tocou, e ele não podia atender. Com as duas mãos ocupadas pede pra atendente pegar o telefone no seu bolso, e dizer para a pessoa ligar mais tarde. Ela faz isso.
- É urgente doutor... Ele olhando. Ela insiste.
Ele pede pra assistente segurar o aparelho no seu ouvido e atende, e depois dos cumprimentos breves, parece um tanto surpreso. Desliga e continua a cuidar de meus dentes. De repente solta:
- As coisas acontecem... Um amigo meu morreu.
Não consigo me controlar e pergunto de que. "Acidente de carro" diz, e continua:
- Vinte anos. Eu o conhecia desde moleque. Esteve aqui no Rio, lá em casa - ambos são (são?) de Manaus. E ia voltar para cá. O pai queria que ele fizesse faculdade aqui no Rio.
Me passam mil coisas na cabeça, em relação aquele jovem... que não é mais. Não é mais. Ele não é. O que ele é agora - que morreu? Eu não sei. Só sei que ele não é mais. Mil coisas - idéias, pensamentos, sentimentos - me passam pela cabeça, e deixo escapar um "Sinto muito"... Ele, o dentista, e amigo do morto... não para. "Não podemos fazer grande coisa..." é o seu comentário. E continua a cuidar do meu dente.
Taís morreu.
A Taís da novela.
Duas pessoas morreram hoje.

Um comentário:
Átila
Raras vezes assisto um capítulo de novela. Dos poucos que vi, acho que Thaís não morreu, e sim Paula, a irmã dela.
Malvada que se preze deve ser inteligente e ardilosa rss
Tcham ram ram rammmmmmm ....
Vamos aguardar o final !
Postar um comentário