Beleza só se tem, quando se acende a lamparina,
Iluminando a alma, se entende a própria sina.
E quando se vê o arame que amarra toda a gente,
Pendendo das estacas, sob um sol indiferente. .
Beleza só depois, de uma sangria desatada,
Aberta na ferida dos perigos do amor.
E quando se afasta a sombra triste do remorso,
Que faz olhar pra dentro para enfrentar a dor. .
Repara este silêncio que se estende na janela,
Repassa o teu passado e come o lixo que ele encerra.
Vagar sem remissão é também parte da questão,
Juntar estas migalhas para refazer o pão. .
Não é da natureza que ele surge confeitado,
Mas é desta tristeza, deste adubo de rancor.
Beleza é o temporal que suja e corta uma visão,
Esmaga qualquer sonho como um grito de pavor.
segunda-feira, 27 de agosto de 2007
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