Caralho, Rio de Janeiro, Caralho...
Acabei de acordar, de madrugada, com uma sensação estranha de um sonho estranho em que Jesus Cristo estava me dando pão. E acordei logo na hora em que ele me dava o pão... Num deu pra sentir o gostinho da salvação.
Acordei com aquela sensação de que o que tinha me acordado era algo externo.
E era. Na rua, em frente, ao meu apartamento, na calçada, um casal de bichas brigava. "Não, não faz...", "Não, não põe...", "Não, não tira"... E por aí à fora.
Fiquei alguns segundos, na cama, meio pateta, ainda tentando reconstituir minha experiência onírico-mística. Lembrei que - no sonho - tinha um grupo buscando e esperando pelo pão, e que eu não tinha medo de Jesus.
Levantei e vim futucar no PC e escrever alguma merda.
Daqui à pouco chega a polícia. Arrocha os viadinhos, aparta a briga. Manda todo mundo embora. Cada um prum lado, etc e tal.
Sento de novo no computador, pra arrematar essa bosta, e o sono já está voltando.
Já posso voltar a dormir sem barulho.E sem ansiedade. Jesus já pulou a minha vez mesmo...

Um comentário:
Comecei a ler essa crônica e a forma como se expressa é tão privilegiada que teve a capacidade de me transportar ás cenas citadas.
Sentei-me confortavelmente na poltrona central, fila M ou N, da platéia de um teatro.
A descrição tanto das cenas “internas” quanto “externas” tem gama poli dimensional.
De início o paraíso, dando a impressão que o que se seguirá, é bíblico. Fui convidada a entrar na fila do pão, o fiz com seriedade, e de repente, plá! Caí junto no plano terreno e as cenas seguintes, me arrancaram gargalhadas... Vi as bichas, a fisionomia apatetada do narrador e os “justiceiros” em ação.
O desfecho do *primeiro ato foi com chave de ouro, havendo opção de escolha, ou compreensão do duplo sentido.
* Sentada aqui na confortável poltrona, aguardando soar a campainha para o ato, ou a crônica seguinte.
Karin van der Broocke.
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